William Blake
(fragmento)
Eu deveria passar por mim
Montado num cavalo amarelo
E dizer-me Adeus Adeus Adeus.
Mas sempre me repugnaram os poderosos
Castrados de olhos duros
Que se alimentam de carne e sangue
Dobrados nas suas bigornas.
Então esta noite sentei Belzebu nos meus joelhos
Cortei-lhe o sexo com o sílex solar
Injuriei-o amarrei-o
À cadeira de ferro ardente
E tudo porque ele comera o meu coração.
Ando agora à procura de Deus: isto é ridículo
Como são ridículos as trevas e os pulsares
Os falcões e as fumarolas
Deus que me ama tanto até me tornar
Em pó e alimento dos santos.
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