Interrompo o meu afastamento do odisseus para prestar esta breve homenagem ao homem livre e bom que foi Saldanha Sanches.
Num tempo em que quase todos são escravos dos seus interesses, Saldanha Sanches toda a sua vida optou pela coragem de ser livre. E sempre levou a liberdade até às últimas consequências: até mesmo depois de levar um tiro de um agente da PIDE procurou defender a sua liberdade de punhos fechados.
Como outros, não optou pela ganhuça. Nunca traíu a sua consciência.
Como poucos, nunca transigiu com os corruptos e os videirinhos. Como fiscalista bem sabia a dimensão dessa tragédia nacional que é a corrupção e quanto mal ela faz ao país.
Mas também nunca exibiu o dicurso fácil da desgraça para se impôr ao público, para ser conhecido e estar na ribalta.
Lutou pela Justiça, como homem bom e justo que era. O seu caminho era o bem. O seu caminhar, a justiça.
Chegou ao fim do seu caminho. Mas o seu exemplo será também o nosso caminho e o nosso caminhar.