blog filosófico, cultural e político
Quinta-feira, 3 de Junho de 2010
POR UM PARTIDO DE JUSTIÇA

Na sequência de Rawls, mas indo mais além, tenho para mim que as desigualdades são desejáveis desde através delas se obtenha um nível de bem estar geral superior ao que se obteria com a igualdade. Dito de outro modo, desde que essa desigualdade permita  um aumento do bem estar dos estratos com rendimentos inferiores à média superior ao que seria conseguido com maior igualdade.
Confesso que estou convencido que Rawls, como pensador honesto que era, não desdenharia totalmente esta formulação.
Mas isto é ainda muito vago, e creio que a Justiça e a democracia se controiem não só na vida pública mas na vida empresarial.

Esta tem andado totalmente arredada da democracia.

Os pensadores de esquerda são avessos a pensar nela, mas é sobretudo a ela que a democracia deverá chegar.
Aí creio que são essenciais dois princípios, como o mostrou a actual crise:
a)Participação relevante do Estado em todas as empresas económica e socialmente relevantes.
b)Participação dos trabalhadores em decisões essenciais para a vida das empresas:1º grelha salarial.2º destino ds lucros 3º deslocalização



publicado por henrique doria às 12:38
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2 comentários:
De RN a 8 de Junho de 2010 às 01:22
Isso dava completamente cabo da liberdade, da livre empresa, dos mercados, do sistema financeiro e até talvez do G20.
Cumprimentos


De António a 13 de Julho de 2010 às 00:05
estava (quase) tudo bem até às conclusões

aí, é muito difícil sustentar, mesmo só durante um bocadinho, qualquer projecto de filosofia de justiça a la Rawls: na realidade, esse sistema de "participação" do Estado e dos trabalhadores nas empresas já existiu, foi catastrófico para os Estados, para as empresas, para os trabalhadores e para os cidadãos em geral, uma desgraça de que ainda vários povos lutam para se recompor - e onde subsiste, , definha tudo, abeirando-se a repetição da catástrofe

mas ficaram cautelares aspas em "participação", pois é muito interessante estudar níveis de intervenção que não constituam verdadeira participação, antes oportunidades de contribuição construtiva - e, depois, diversas formulações de supervisão, controlo, acompanhamento, incentivo, ou seja, "soft" espécies variadas de participação, procurando destruir o menos possível

é que ao Estado e aos trabalhadores estão reservadas funções essenciais para a vida das comunidades, demasiado relevantes para se desperdiçarem, com grave risco, em meter-se onde lhes não compete, onde não são fortes, onde o seu contributo não é potenciado, devendo guardar todas as energias e boa vontade para o que devem fazer

o que é muito

;_)))



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