blog filosófico, cultural e político
Quinta-feira, 30 de Junho de 2005
ANTÓNIO DACOSTA
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publicado por henrique doria às 22:59
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Quarta-feira, 29 de Junho de 2005
NA MINHA INFÂNCIA
Na minha infância
Eu era feito de água
Água vinda do céu
Água vinda da terra
Água vinda até da noite nua.

Possuía
A única-ciência
De fazer nadar dentro de mim os peixes
De juntá-los com o véu
Que o meu breve coração
Encerra.

E noutro Grande-Peixe me transformava então
Em sonho-em sede-em viagem
Em rio sem uma só margem
Em árvore cantante em ave verde
Num rosto vibrante em cada mão

Na luz que o olhar nunca mais perde.

HENRIQUE DÓRIA


publicado por henrique doria às 23:38
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Domingo, 26 de Junho de 2005
O CASAMENTO DOS HOMOSSEXUAIS
Correndo o risco de parecer retrógrado, não deixo de manifestar a minha frontal oposição ao casamento de homossexuais.A sua aceitação só serve para banalizar algo que deveria ser considerado muito importante na vida das pessoas e das comunidades. E tal banalização prejudica, em primeiro lugar, as crianças, as primeiras vítimas do divórcio, já que a banalização do casamento é o primeiro passo para a banalização do divórcio.
Depois, a aceitação do casamento dos homossexuais, é uma violação do princípio da igualdade, que obriga a tratar o desigual desigualmente.
Por que não dar apenas maiores efeitos jurídicos às uniões de facto, protegendo os que por elas optaram?
Por mais que me digam o contrário, a homossexualidade é, para mim, uma anormalidade, porque a regra, na natureza, é a heterossexualidade.É esta que serve o princípio da preservação da espécie, e o princípio da diferença, essencial à preservação da espécie.
Por isso mesmo, não aceito a adopção por homossexuais. Bem sabendo que há casais heterossexuais a quem não deveria ser permitido ter filhos, por só sabem infligir-lhes sofrimento, não aceito que a anormalidade sexual seja imposta a uma criança que deverá crescer dentro da normalidade heterossexual, utilizando aqui o termo normalidade num sentido amplo, que abrange o equilíbrio das emoções e da razão.


publicado por henrique doria às 16:35
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Quinta-feira, 23 de Junho de 2005
DEVERÁ A EUROPA AJOELHAR?
A União Europeia está a atravessar uma crise como não há memória desde que foi fundada a Comunidade Económica Europeia. Trata-se, simultaneamente, de uma crise económica, de uma crise de princípios e de uma crise de vontades.
As causas da crise económica podem reduzir-se a duas, aliás interligadas: a emergência dos dois gigantes asiáticos, China e Índia, no comércio internacional, com um misto de mão de obra barata, direitos sociais reduzidos, e tecnologias modernas, que põem em causa a competitividade e o Estado Social em que se alicerçava o bem estar dos povos da União. Por outro lado, a ausência de uma política energética comum, acompanhada do galopante crescimento do consumo de petróleo por parte da China e da índia, levaram a que os custos de produção tivessem um aumento que se está a tornar insustentável para a Europa, dependente que continua a estar do consumo de petróleo.
Mas a acompanhar esta crise económica gravíssima, e a potenciar em muito os seus aspectos negativos, está uma crise de princípios e uma crise de vontades.
A crise de princípios tem-se manifestado numa enorme dificuldade de os países da União conviverem com a crescente diversidade de culturas e de religiões que para ela trazem os que vêm para a Europa para nela encontrarem o seu bem estar económico. São, particularmente, os muçulmanos que estão a provocar na Europa uma enorme crise de princípios.
Um dos pilares da Europa é a liberdade, traduzida na neutralidade religiosa do Estado. Mas como conjugar a liberdade com a neutralidade do Estado em matéria de religião?
O problema colocou-se particularmente em França quando, face à crescente invasão da escola francesa por muçulmanos e muçulmanas, estas usando o véu e o chadar, símbolos manifestos da sua opção religiosa, o Estado francês decidiu proibir o uso de símbolos religiosos na escola em defesa da sua neutralidade religiosa. Para os muçulmanos, e muitos não muçulmanos, essa lei atentava contra a liberdade das pessoas disporem de si próprias, nomeadamente vestindo-se como querem.
Terão razão estes muçulmanos e não muçulmanos que invocam a liberdade para exigirem que seja permitido às muçulmanas usarem na escola pública o véu e o chadar? Será a lei que proíbe o seu uso um atentado à liberdade?
Essa crítica deriva de uma confusão instalada sobre a liberdade, confusão essa que permite àqueles que a violam continuarem a violá-la invocando-a em sua defesa.
Obviamente que a liberdade não é um direito ilimitado. Ela tem de parar no momento em que se transforma num atentado à liberdade do outro. É essa a base de toda a política criminal de qualquer Estado. O Estado diz-nos: não podes matar porque isso vai contra a liberdade do outro. Ou diz-nos tão só: não podes andar nu na escola ou na rua porque isso vai contra o legítimo pudor do outro, ferindo aí a sua liberdade. Ou diz-nos ainda: não podes usar de meios para acabar com a liberdade política ou religiosa.
Ao usarem o véu e o chadar as muçulmanas estão a impor aos outros estudantes a presença de símbolos religiosos numa escola em que os alunos e os professores podem legitimamente não querer ser confrontados com eles, como podem, legitimamente, não querer ser confrontados com um homem ou uma mulher nua.
Mais: a obrigação, para qualquer muçulmana, de usar o véu e o chadar, é uma violação do princípio da liberdade mesmo quando por ela aceite, porque se traduz numa violação ao princípio do direito de cada um dispor do seu próprio corpo, ao PROIBIR a exposição do corpo dentro dos limites legitimamente aceites.
Mais ainda: significa a submissão da mulher ao homem para além do que é legitimamente aceite.
Daí que a Europa deva preservar, a todo o custo, a sua liberdade e os seus princípios. Sem ajoelhar perante aqueles que os ameaçam.
Ora os retrocessos a que temos vindo a assistir na construção da Europa, o recuo na vontade de avançar com uma Europa que defenda os três princípios sagrados da liberdade, da igualdade e da fraternidade, só põem em causa o futuro da brilhante civilização Europeia, o futuro de uma civilização cujos fundamentos democráticos só devemos defender e alargar, jamais claudicando perante os seus inimigos.


publicado por henrique doria às 00:08
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Sábado, 11 de Junho de 2005
DAQUI FORAM DADOS NOVOS MUNDOS AO MUNDO
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publicado por henrique doria às 14:06
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Sexta-feira, 10 de Junho de 2005
AGOSTINHO DA SILVA
As mãos da primavera
Trouxeram um dedal,
Vivo como o ouro,
Vivo como o Sol,

As mãos da primavera
Trouxeram
Portugal.

MARIA AZENHA- O Último Rei de Portugal.


publicado por henrique doria às 22:58
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COITADO! QUE EM UM TEMPO CHORO E RIO
Coitado! que em um tempo choro e rio;
Espero e temo, quero e aborreço;
Juntamente me alegro e entristeço;
Dua cousa confio e desconfio.
Voo sem asas; estou cego e guio;
E no que valho mais, menos mereço.
Calo e dou vozes, falo e emudeço,
Nada me contradiz, e eu aporfio.
Queria, se ser pudesse o impossível;
Queria mudar-me e estar quedo;
Usar de liberdade e ser cativo;
Queria que visto fosse e invisível;
Queria desenredar-me e mais me enredo:
Tais os extremos em que triste vivo!

LUÍS VAZ DE CAMÕES




publicado por henrique doria às 18:54
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Quinta-feira, 9 de Junho de 2005
PARA UMA REFORMA DO ENSINO BÁSICO E SECUNDÁRIO


Apresentei num Congresso, em tempos, uma proposta de reforma do ensino básico e secundário, na qual propunha que as crianças e os jovens permanecessem na escola pública entre as 8,30h e as 18h, com aulas em metade do tempo, e estudo apoiado por professores na outra metade.
Como medida complementar desta, propus também a redução do número de disciplinas para seis, no máximo, entre a primeiro e o sexto anos, e para dez entre o sétimo e o décimo segundo. Quanto aos anos do sétimo ao décimo segundo, deveriam ser oito as disciplinas obrigatórias: Português e Matemática, que seria o núcleo essencial, por razões óbvias, com quatro aulas semanais. Como segundo núcleo, História e Geografia, para que os alunos aprendessem a situar-se no tempo e no espaço, e, depois, uma língua estrangeira, Física-Química, Ciências da Natureza, Informática e Educação Física. Este segundo núcleo teria uma carga semanal de três aulas. Além destas, deveria haver mais duas disciplinas de opção, que constituiriam um terceiro núcleo, dentro de um leque em que estariam Educação Artística, Educação Musical e Educação Cívica, incluindo nesta a área de educação sexual. O terceiro núcleo teria uma carga semanal de duas aulas.

Todas as aulas teriam cinquenta minutos.
Estas medidas teriam, desde logo, cinco vantagens, entre muitas outras:

1ª Afastar os alunos do contacto absorvente com o mundo fácil da imagem (agora, até os livros de Matemática estão cheios de imagens!) incutindo-lhes a prática do esforço, da memorização e da abstracção, essenciais a qualquer processo de aprendizagem.

2ª Proporcionar-lhes uma ocupação acompanhada do tempo fora de aulas já que, a maior parte deles, saindo das aulas vai para casa ou para a rua, onde fica ao abandono até que os pais regressem do trabalho.
3ª Proporcionar uma adaptação do horário escolar ao horário de trabalho dos pais.

4ª Reduzir o número de disciplinas que chega ao absurdo de serem quinze.

5ª Afastar as crianças e os jovens dos maus convívios e do consumo de drogas, já que, depois das aulas, iriam para casa, onde teriam a companhia dos pais.

Não me parecem decisivos os argumentos de falta de instalações para isso. A limitação do número de disciplinas libertaria salas. Por outro lado, o estudo apoiado poderia concentrar numa sala não só vinte e cinco alunos ( a média dos alunos numa turma) mas trinta e cinco ou quarenta alunos, nalguns casos até mais, desde que houvesse uma boa adaptação das salas às necessidades, o que nem sempre acontece.
Parecem ir neste sentido as recentes propostas da Ministra da Educação. Mas bom seria que fossem totalmente postas em prática já que, em meu entender, poderão acabar com a enorme falta de qualidade do nosso ensino básico e secundário.

Nota: este artigo é o resultado da reflexão feita sobre um anterior publicado neste blog. Sugiro um debate sobre o tema aos visitantes do Odisseus.




publicado por henrique doria às 00:11
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O HOMEM PÕE, E A MULHER DISPÕE
O anúncio sentimental do Zeca foi posto pelo meu filho que, dentro de algum tempo, irá sair da casa paterna, e queria levar pelo menos um Zequinha para não serem tantas as saudades.Só que a futura mulher tem medo dos gatos, pelo que ele teve de desisitir do propósito de dar um herdeiro ao Zeca. É assim a vida: o homem põe e a mulher dispõe.
A todas as pretendentes os meus agradecimentos em nome do meu filho, acompanhados por um pedido de desculpas por frustrar as legítimas espectativas de tão belas, meigas e inteligentes damas.


publicado por henrique doria às 00:06
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