É espantosa a lata dos que nos puseram neste estado: a camarilha do PSD através do seu ninho de víboras, o BPN. Com a ajuda do CDS de Portas na compra dos submarinos.Isto no imediato.
A nível estrutural: o fim prematuro da desvalorização deslizante do escudo por Cavaco Silva, em 1990, que teve seguimento na conversão excessivamente alta do escudo na adesão ao euro por Guterres, o que levou à perda de competitividade da nossa economia.
E não menos espantosa é a desonestidade impune dos comentadores políticos e económicos estilo Barreto, Medina Carreira e camarilha, que bem sabe disto mas esconde, com o objectivo de levarem a camarilha do Passos novamente ao poder para fazer novos BPN, Sociedades Lusas de Negócios etc.
Tudo gentalha desprezível
O PS esconde a face, metido que está na Face Oculta, e torna-se impotente para dizer estas verdades evidentes. O Bloco e o PC, infelizmente, só dizem idiotices imbuidos que estão no seu messianismo.
Dá vontade de nos querermos libertar deste país, como dizia Jorge de Sena.
No meu jardim cultivo flores carnívoras. Não se trata de uma metáfora. Nem de uma vingança. Muito menos de ódio - tenho horror a modos inferiores do ser. Entretenho-me somente a contemplar as abelhas a serem atraídas pela fome de beleza.
Terão a percepção do seu destino? Estou convicto que sim, porque tudo leva a crer que a beleza é para elas um superior modo de suicídio.
Olho-as a hesitar : percebem que a morte está ali sob as suas patas. Mas deslumbra-as a beleza da flor - e elas, que num instante sentiram as vibrações da morte, lançam-se para o abismo ainda maior do deslumbramento.
Vejo-as debaterem-se com a goma fatal, envoltas numa bebedeira de pólen, culpando o mel, culpando a rainha da angústia que as submerge.
Mas eu sei qual é a verdade. Eu sei que tudo aconteceu porque, por um instante, o abismo da beleza foi maior que o abismo da morte.
Eles aí estão, cheio de fome de poder, porque poder signica dinheiro, que é o seu essencial desejo.
Os sucessores de Dias Loureiro, Arlindo Carvalho e Oliveira e Costa esgadanham-se e gritam, e apressam-se a apanhar os lugares que já dão como certos.
Um tal Branquinho já arranjou a competente colocação precisamente na empresa cujo destino escrutinou e votou. Sem problemas de consciência, claro, como os não têm Loureiro, Arlindo Cravalho ex-ministros de Cavaco, Oliveira e Costa, seu ex-Secretário de Estado.
O PS é mau. Mas com esta gajada do PSD que se prepara para assaltar o poder, só poderemos exclamar: pobre país perdido.
O fabuloso presidente do sindicato dos juízes veio a terreiro esgrimir contra o governo por ter retirado o subsídio de renda de casa a magistrados que estejam colocados na comarca da sua residência e a juízes reformados. E fê-lo da maneira mais espantosa: acusou o governo de estar a retaliar os magistrados pelos processos que têm levado a cabo contra membros do governo.
Trata-se de uma acusação espantosa vinda de um juiz. Se lhe fosse dirigida a ele, o dito Sr. juiz, o mínimo que faria seria mover contra quem proferiu essa afirmação um processo crime por difamação.
Quantas vezes já ouvi advogados dizer que não escrevem isto ou aquilo por medo de retaliação dos juízes! E como sabem os advogados que essa retaliação a advogados que desagradam aos juízes é um facto, em muitos casos! E ninguém se queixa porque o sindicato nº 2 dos juízes, que é o Conselho Superior de Magistratura, quando muito procuraria que fosse sancionado o advogado que fez a queixa e não o juiz que retaliou.
Mas o Sr. juiz pode dizer qualquer atoarda, sem ter qualquer prova para tal, porque entende estar acima da lei.
Acha ele que esse subsídio de renda, no caso de juízes que residam na área da comarca onde trabalham ou que estejam reformados, e que se aproxima do dobro do salário mínimo nacional, é justíssimo.
Mas o espírito do Sr. juiz quanto à história da retaliação está no seu pedido imediato: exige que sejam conhecidas as contas dos políticos! Como todos percebemos, é claro que não se trata de retaliação!
Para ele nem se coloca a questão de serem conhecidas as contas dos magistrados. Como é sabido são todos impolutos, porque saídos das ordens dos anjos.
É pena que não coloque essa questão, porque o que todos os portugueses ( não só os politicos, também os magistrados) recebem deve ser controlado por todos, para que se saiba quem é quem.
O Sr. presidente do sindicato dos juízes ainda não percebeu que é por essas e muitas outras que o nível de confiança dos portugueses nos juízes está muito abaixo do nível de confiança dada aos políticos, que todos sabemos qual é.
Como diria o poeta Jorge Lima: este senhor juiz!
Como perguntaria Karl Valentin se pensasse em sindicalistas assim: e não se pode exterminá-los?
Vivemos desajustados do mundo onde surgimos porque sucumbimos à ânsia de sermos únicos e perfeitos. E singularidade e perfeição nunca se unem em nós, mas ao outro que, por sua vez, encontra, num outro a sua perfeição.
Ainda sonhas com a ave
do paraíso?
Até o pó se ri
e entra
pela tua garganta
para que a fala fique
no seu lugar
ó prisioneiro da água
entre duas argilas.
Nem a tua fé te salvará
não haverá amor
pelo teu rosto
fogo entre as ancas
a iluminar o júbilo.
O ar da alegria
que transforma o pobre
em príncipe
escapar-se-á por entre os dedos
inteligentes.
A morte morder-te-á
as mãos
sempre-sempre-sempre
até te tragarem as paredes
de mármore.
As recentes medidas do governo para estancar o défice são um soco no estômago do país. E resultam da falta de coragem para tomar atempadamente as medidas que o grave estado das finanças públicas reclamava.
Já no final do primeior trimestre deste ano era claro o descontrole da despesa pública, e já então eram exigidas medidas correctivas imediatas.
Se tomadas então essas medidas, elas impediriam a derrapagem que se foi verificando ao longo do segundo e do terceiro trimestres, e não teriam os efeitos recessivos na economia, e, particularmente, no emprego, que as medidas ora tomadas implicam.
Em Abril, o governo poderia tomar medidas sérias de combate ao défice, nomeadamente:
1º Uma medida que constituiria também a reposição de alguma justiça na distribuição de rendimentos em Portugal, escandalosamente desigual:
a baixa de 5% dos vencimentos da função pública superiores a 3.000 euros, e de 10% nos vencimentos superiores a 5.000 euros. Por outro lado, no que toca ao IRS dos vencimentos do sector privado uma subida do IRS de 5% no vencimentos superiores a 3.000 euros e de 10% nos vencimentos superiores a 5.000 euros.
2º Já então poderia ter subido o IVA para 22% e não para 21% como fez em Julho, para agora o voltar a subir para 23%.
3º Um imposto extraordinário sobre as grandes fortunas.
4º Extinção de Institutos Públicos e Fundações Públicas desnecessários e que só servem para dar jobs aos boys. Começaria pelos criados pelo PSD e pelo CDS que tanto reclamam a medida. Para estes fazerem depois o mesmo em relação ao PS. E ficaria limpa a casa.
5º Investimento no TGV do Poceirão para Madrid, desde já no que toca ao transporte de mercadorias; e no TGV de Lisboa para o Porto, pois o país precisa, urgentemente, de poupar combustíveis que pesam desmesuradamentre na balança comercial.
Estas medidas não teriam efeito recessivo, mas, pelo contrário, teriam efeito expansivo na economia e, particularmente, no emprego.
6º Pagamento do submarino em 2011, mesmo desagradando à Sr.ª Merkl, que é, afinal, a nossa senhora. A compra dos dois submarinos não passou de uma cedência do poder político ao lobi militar, e é manifesta a corrupção que envolveu a sua compra, corrupção essa a que não será alheio o vendedor. É espantoso o descaramento dos que gritam contra o TGV mas defendem a compra dos submarinos que, além do preço exorbitante e da corrupção envolvente, implicam enormes custos de manutenção.
Se estas medidas fossem tomadas atempadamente, o país não levaria o soco no estômogo que levou agora, e 2011 não seria um ano de recessão. Coragem do governo para as tomar agora? Deveria sim ter tido a coragem de tomar estas medidas que aqui se referem em Abril, para que a economia e o emprego não entrassem na recessão em 2011.
PS. Minhas queridas comentadoras: não me elogiem tanto porque também erro. E no texto anterior referi-me às velhinhas que não estavam envolvidas na medida governamental. ERREI. Embora a ideia essencial do texto se mantenha: o excesso de sacrifícios aos pobres e a ausência de sacrifícicios para os verdadeiramente ricos, que é apanágio deste governo.