Pelas grutas do Tártaro
Anda o meu amor
Na música das pedras
Na sombra das palavras
No odor da lua
Na foice da noite-
Oh noite que na minha alma lavras
Em Jean Genet e nos Bórgias, a vertigem e a exaltação da beleza do mal.
Mas os que exaltam o mal nunca serão mártires, ou santos, como acreditou, uma vez, Sartre.
Apenas comediantes que se riem perante a morte.
Os rios serão sempre cativos
De tanto mar
E as árvores um solitário alimento
De tanta terra
O fogo que exalam os nossos corpos vivos
Não há-de voltar
Não somos mais que o sonho branco do vento
Que o negro da rosa encerra.
Somos uma mensagem sem sentido e sem destino, dentro duma garrafa atirada ao mar do infinito, ou o termos conhecido a bondade, o amor e a beleza é o sentido e o destino dessa mensagem?
Acredito nesta última hipótese, apesar de saber que não somos mais do que o resultado de sucessivos erros de replicação.