Dentro da noite verde
A tempestade
Dentro da tempestade
A folhagem perdida
Dentro da folhagem perdida
Uma ave que fala só
Dentro de tudo a morada longínqua
Dos deuses.
Aqui começo eu a minha a viagem
Atravessando rios que respiram
Atravessando florestas que se despem
De branco
Para aprenderem a chorar
Porque conheceram a obscuridade
Atravessando-te pálida rosa
Ardendo no crepúsculo.
Amarás esta mão que te ama
Até erguer a manhã
Amarás este peito cheio de verão
Amarás estes lábios que bebem o sonho
Dos teus lábios misteriosos
Amarás esta espada
Que diariamente deseja
No teu baixo ventre
Um lago inexplorado
Onde constelações explodem
Como fatalidades?
Nenhum rosto resiste ao rumor frio
Do Inverno à neve negra
Que lhe rói o olhar.
Rumamos para o Oriente
Do Nada estrelado
A cabeça rolando ao ritmo do mar
Lembrando e lembrando a rosa do amor
Na língua que queria
O fruto fechado.