Mulher o amor és tu
Com tuas coxas
De puro arminho
E os teus olhos transparentes
Espelhos de corpo e alma.
Mulher eu sou este cão vadio
Que ladra lágrimas à lua
Dentro do teu peito
Este cão coração perdido
Amante de aves e de árvores
E flores de vinho.
Mulher que és o meu manto sentimental
Onde se abrigam as estações
E o instante respira eternidade
Desde o primeiro dia à última noite
Mulher que fazes o amor
Familiar das ondas
E a alegria fiel ao seu sangue.
Mulher cria indomada
É em ti que eu creio
Majestosa Afrodite
De corpo incendiado
É a ti que aspiram
Os meu lábio lentos
A esse corpo que vi breve e glorioso
Saindo da espuma
Onde eu hei-de morrer contigo.
Toda a beleza é um cavalo
De água escarlate
Longínqua - no céu turquesa
Do último dia.
Dentro dele é impossível tocá-lo
Dentro dele alastram cânticos qjue não serão escutados
Dentro dele só a ti próprio vês
Mas se os teus pés nus tocam a terra
Subitamente - arde.