blog filosófico, cultural e político
Sexta-feira, 30 de Abril de 2004
...
O corpo, imensamente pequeno, só ganha sentido no espírito, imensamente grande. Mas ambos são continente e conteúdo.


publicado por henrique doria às 00:24
link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Quinta-feira, 29 de Abril de 2004
...
Ao contrário do que escreveu Agustina Bessa Luís, nada há de mais revolucionário do que a verdade, porque só as novas verdades têm força para destruir as antigas verdades.


publicado por henrique doria às 23:55
link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

VITÓRIA- de LUCIO FONTANA
Lucio Fontana.jpg


publicado por henrique doria às 00:43
link do post | comentar | favorito

Domingo, 25 de Abril de 2004
LIBERTAÇÃO DE ABRIL
Sempre tivemos fé.
Mas as baleias contorciam-se
No abismo
Por um parto que parecia de séculos.
Com o tempo
O negro de fumo estava
Colado ao dia-
Difícil encontramos o estilete de aço
Que o viesse raspar.

Sinceramente-
Eu não acreditava que o berço humilde
Do meu primeiro filho
Que estava a querer passar da água
Para a luz
Já não tivesse grades.

E- no entanto- havia um grito
No círculo negro deste país perdido.

Às sete da manhã
A mulher interrompeu o meu frente a frente
Com o espelho
Para me anunciar-há uma música estranha
A circular pelas ruas.

Será que vamos nascer de novo
E o filho recém-nascido vai assistir
Ao nosso próprio parto?

De um salto
Coloquei no máximo o som da telefonia
E ouvi-passos-passos-passos- em unísssono.

E ouvi a voz daquele que nunca deveria ter morrido
Cantar - TERRA DA FRATERNIDAADE.

Acreditei então-
Chegado está o dia em que se abrem as águas

Porque iam em frente esses passos
E eram levados pelas asas
- Vermelhas da Liberdade

HENRIQUE DÓRIA- feito na manhã de 25 de Abril de 2004





publicado por henrique doria às 10:18
link do post | comentar | ver comentários (6) | favorito

Montanha Azul-Kandinsky
Montanha Azul-Kandinsky.jpg


publicado por henrique doria às 02:02
link do post | comentar | favorito

O ÚLTIMO SÉCULO ANTES DO HOMEM (fragmento)
Desciam as encostas,andrajosos,com velhas espingardas
sem pão no bornal, sem balas.
Só torrentes fogosas fechavam a passagem atrás deles.
Durante meses tinham marchado por cima de pedras desconhecidas,
sobre neve, em companhia das suas oliveiras e vinhedos
-um deixara lá uma perna ou um braço,
o outro um pedaço de alma,
cada um deles um ou vários mortos.
..................................................................................................................................
Relógios parados. Os ponteiros do carrilhão da catedral caíram
como duas traves calcinadas-não se ouviu o choque.
Ele gritava na rua: "Depressa! Despacha-te!"
O outro corria atrás dele: "Espera!" Um candeeiro na esquina.
E o painel de sinalização, estranho, indeciso,
quase inadmissível - grandes letras
bastante firmes, algo afectadas: "EM DIRECÇÃO AO SOL".
....................................................................................................................................
Sob o candeeiro distinguia-se mais nitidamente o painel crivado de balas
"EM DIRECÇÃO AO SOL". Ele próprio não olhava
-reticente e como que culpado. Não eram as letras que ele tinha desenhado? Poder-se-ia jurar.
E era como se o apontasse, pois propositadamente evitava olhá-lo.
....................................................................................................................................
E o painel, um rectângulo de madeira, nada mais, dizia ele, nada mais,
no cruzamento em baixo: " EM DIRECÇÃO AO SOL". Depois de amanhã
quando desfilarem ao sol com as suas bandeiras e os seus utensílios
pode acontecer que alguém se detenha e pergunte:
"Quem fez este painel com letras tão incipientes?"
e que outro se recorde, e então responda:
"Yannis Ritsos, poeta do último século antes do Homem."

YANNIS RITSOS





publicado por henrique doria às 01:28
link do post | comentar | favorito

Domingo, 18 de Abril de 2004
O Mundo como Vontade
Tão próximos e tão distantes dois seres como Nietzsche e Schopenhauer.
Citamos Nietzsche:
"Quereis um nome para este mundo? Uma solução para todos os enigmas? Este mundo é a vontade de potência e nada mais."
E Schopenhauer:
"O esforço sem fim nem descanso em todos os graus de objectividade em que o mundo consiste; as múltiplas formas sucessivas em gradação; a manifestação total da vontade; e, finalmente, as formas universais dessa manifestação, tempo e espaço, e também a sua última forma fundamental, sujeito e objecto, tudo fica abolido. Nem vontade, nem ideia, nem mundo. Temos perante nós apenas o nada."
Para Nietzsche, o sexualmente impotente, o que nunca conseguiu consumar o seu amor a Lou Andreas Salomé, o mundo, o homem consagra-se no triunfo da vontade.
Para Schopenhauer, o misógeno, o mundo e o homem consagram-se na anulação da vontade.
Para ambos, no horizonte do tudo está apenas o nada.
Em Nietzsche, o que na realidade existe é o amor impotente. Em Schopenhauer, o amor ausente.
De ambos está tão distante e tão próximo S. Francisco de Assis. Mas nele a vontade consagra-se como o triunfo do amor divino através do amor às manifestações da criação que são o homem, a natureza e o universo. Francisco de Assis não só amou o outro como a si mesmo, mas todas as criaturas como a si mesmo.
A santidade de Francisco de Assis impõe-se mesmo para nós, os que não acreditam em Deus.







publicado por henrique doria às 13:52
link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Pacheco Pereira contra Domingos Lopes
No seu blog "abrupto", Pacheco Pereira tenta desesperadamente defender a cruzada empreendida por Bush e os seus acólitos. Como sabemos que Pacheco Pereira, além de estar bem informado sobre o presente, também conhece a História, os seus comentários a Domingos Lopes apenas revelam um cinismo desesperado em defesa da mentira. E a referência final ao passado de Domingos Lopes revela também quanto persistem os tiques maoistas de Pacheco Pereira: quem discordava do grande lider era expulso da organização com a justificação de que tinha roubado a policopiadora.


publicado por henrique doria às 12:29
link do post | comentar | favorito

Sábado, 17 de Abril de 2004
Cantico di frate Sole

Laudato sie, mi’ Signore, cum tucte le tue creature,

spetialmente messor lo frate sole,

lo qual’è iorno, et allumini noi per lui.

Et ellu è bellu e radiante cum grande splendore:

de te, Altissimo, porta significatione.

Laudato si’, mi’ Signore, per sora luna e le stelle:

in celu l’ài formate clarite e pretiose et belle.

Laudato si’, mi’ Signore, per frate vento

et per aere et nubilo et sereno et onne tempo,

per lo quale a le tue creature dài sustentamento.

Laudato si’, mi Signore, per sor’aqua

la quale è multo utile et humele et pretiosa et casta.

Laudato si’, mi’ Signore, per frate focu,

per lo quale ennallumini la nocte:

ed ello è bello et iocundo et robustoso et forte.

Laudato si’, mi’ Signore, per sora nostra matre terra,

la quale ne sustenta et governa,

et produce diversi fructi con coloriti fiori et herba.

S. FRANCISCO DE ASSIS


publicado por henrique doria às 11:04
link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Quinta-feira, 15 de Abril de 2004
Francisco de Assis Pregando às Aves, por GIOTTO
uccelli_giottoicon.jpg


publicado por henrique doria às 23:15
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
pesquisar
 
Junho 2019
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
14
15

16
17
18
19
20
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30


posts recentes

FRAGMENTO

VÊS-TE ELEITO ENTRE AS ES...

FRAGMENTO

VASOS

FRAGMENTO

O FUTURO DEVOROU O PASSAD...

FALO DAS COISAS SÉRIAS DA...

FRAGMENTO CONTRA CIORAN

UMA ESTRELA NA BOCA

FRAGMENTO

arquivos

Junho 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Maio 2018

Fevereiro 2018

Dezembro 2017

Outubro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Outubro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Abril 2013

Março 2013

Dezembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Setembro 2005

Agosto 2005

Julho 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Dezembro 2004

Novembro 2004

Outubro 2004

Setembro 2004

Agosto 2004

Julho 2004

Junho 2004

Maio 2004

Abril 2004

Março 2004

blogs SAPO
subscrever feeds