blog filosófico, cultural e político
Segunda-feira, 25 de Abril de 2005
ABRIL
Quando da terra sobe o odor das derradeiras águas
e o cume da manhã em suas cordas
de oiro canta nos olhos admirados
das pequenas lebres.
Quando as tímidas bolhas de água
se escondem dos olhos das cegonhas
como se ao chegar das estações
o céu temessem,

aqueles que sob a neve da noite
viram desespear o fogo
da casa como se não houvessem
mais as árvores,
aqueles que nas altas margens
a si invocaram o olho da águia
para que nas planícies se espalhassem
verdes os cordeiros,
aqueles que do bosque das casas
espreitaram uma asa que através
dos líquidos vidros lhes trouxesse
uns grãos de luz,
aquelas em quem a sonoridade
luminosa de um tegumento a quebrar
as apela ávidas e ágeis
para a chama,
aqueles que sob as ombreiras
de pedra interrogaram as nuvens
e olharam ansiosos da magnífica infância
o apelo das praças,

e também os que nas húmidas casernas
e segurando o temerário aço
a música esperaram que abriria
o coração dos dias,

tudo o que sob o gume
do Inverno e nas obscuras arcas
no longo fluxo da noite
a respiração susteve,

tudo agora subitamente se descobre
e olha e deseja e se interroga
cheio de um azul completamente novo
sob o sol crescendo ávido sobre a terra.

HENRIQUE DÓRIA- Círculo da Terra


publicado por henrique doria às 13:48
link do post | comentar | ver comentários (6) | favorito

OUTRA COMISSÃO PARA A REFORMA DA JUSTIÇA
O ministro ALBERTO COSTA nomeou uma comissão reflexão e para a reforma da Justiça.Trata-se de mais uma comissão igual a tantas outras, que o que têm feito é tornar verdade a expressão de um reitor de uma universidade inglesa:" Mas ela não está suficientemente mal para ser reformada?"
Como as anteriores, a comissão é constituída por uns tantos professores de Direito nas universidades portuguesas. A estes foi acrescentado o antigo bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice.
Quanto aos RESPEITÁVEIS professores de Direito, autores de muitas reformas anteriores, os resultados das suas reformas estão bem à vista: a Justiça em Portugal tem vindo, de reforma em reforma, a piorar a olhos vistos.
Sobre esses professores universitários não tenho receio de repetir outra frase que ouvi aplicada a um antigo Ministro das Finanças: "Tem o Pantagruel na cabeça e não sabe estrelar um ovo". Como está provado, a sua presença nas comissões nem sequer garante que as leis sejam feitas em português escorreito. E é tudo.
Quanto ao Dr. Júdice, a sua presença na tal comissão terá como único resultado o melhorar a Justiça para as grandes empresas e os grandes escritórios de advocacia, como demonstrou a sua passagem pela Ordem dos Advogados.
Mas o problema da Justiça em Portugal não é o das grandes empresas ( embora, obviamente, também o seja). É sim dos milhares e milhares de cidadãos e pequenas e médias empresas que recorrem à Justiça para resolverem o problema de um furto ou de uma burla, de uma cobrança ou de um contrato não cumprido, e que se arrependem de o ter feito porque o tempo e o esforço económico e psicológico que gastaram não compensa, de modo algum, aquilo que vieram a receber, quando recebem algo, ao fim de vários anos. E que frequentemente se encontram perante a situação absurda de quererem desitir da queixa e não poderem. O problema da Justiça é haver um julgamento por injúrias que, no princípio de 2005, foi marcado para meados de 2007. O problema da justiça são milhares de processos ocupando os gabinetes dos juízes ou as secretarias dos tribunais.
O que é dramático é tudo isso, e o saber-se que, em média, não temos muito menos juízes ou funcionários de justiça por cem mil habitantes do que a média de a União Europeia, e que a justiça está como está. E que tudo isso não é por juízes e funcionários judiciais trabalharem menos do que a média da União Europeia.
É sabido que, com uma Justiça eficaz, o Produto Interno Bruto( PIB) de Portugal, crescerá, só por isso,cerca de DEZ POR CENTO. Os factos demonstram que pessoas com o perfil das que foram nomeadas pelo ministro ALBERTO COSTA só conseguem piorar o estado da Justiça em Portugal. Seguramente, não era esta comissão a que o país precisava para o ajudar a sair da crise.
Enquanto não se nomearem advogados que conheçam os problemas judiciais com que se defrontam o cidadão médio e as pequenas e médias empresas, juízes de faixa etária média e com o saber, a experiência e a abertura à renovação reconhecidas, bem como funcionários judiciais com idêntico perfil, para reformar a Justiça, as reformas que se fizerem só poderão conduzir a Justiça em Portugal para pior.

HENRIQUE PRIOR, advogado.


publicado por henrique doria às 13:06
link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Sexta-feira, 22 de Abril de 2005
PERDOAI-NOS SENHOR
Perdoai-nos Senhor
Por nos terdes feito tão frágeis
E não conseguirmos ser fortes.

Perdoai-nos Senhor
Porque morreste para nos salvar
E não conseguimos ressuscitar.

Perdoai-nos Senhor
Por nos terdes dado a morte
E não conseguirmos a imortalidade.

Perdoai-nos Senhor
Por não serdes
Um deus como nós.

HENRIQUE DÓRIA-Mar de Bronze


publicado por henrique doria às 23:52
link do post | comentar | ver comentários (2) | favorito

GOYA
stec1-3-xx.jpg


publicado por henrique doria às 23:19
link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

BENTO XVI, OU DOIS PASSOS ATRÁS
A escolha do cardeal Ratzinger para dirigir os destinos da Igreja Católica agradou a dois dos lóbis mais influentes da Igreja Católica: o lóbi da Opus Dei, e o lóbi de Fátima.
Por detrás da Opus Dei estão os banqueiros da Europa. Por detrás de Fátima, está o Exército Azul, uma sinistra organização americana cheia de dinheiro que tem promovido Fátima a nível mundial, e tem as suas instalações nas traseiras do santuário.
E quem escolheram? Ratzinger, o sucessor no cargo de Torquemada, o antigo militante das Juventudes Hitlerianas, o soldado do exército nazi que invadiu a Rússia e cometeu aí as atrocidades sobejamente conhecidas, o padre alemão que conhecia bem Dachau e se calou, o teólogo que proíbe o uso do preservativo aos católicos, contribuindo assim para o sofrimento e a morte de milhares de pessoas, o papa que depois de tudo isso ainda se dirige aos homens como seus irmãos.
A Igreja de Roma deu dois passos atrás ao escolher Bento XVI.


publicado por henrique doria às 23:01
link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Domingo, 17 de Abril de 2005
FACÉCIA DE UM PADRE
Uma mulher lavava a roupa, e pelo frio tinha os pés muito vermelhos; e passando por ela um padre, perguntou com admiração o que causava tal vermelhidão; ao que a mulher respondeu logo que tal efeito acontecia porque ela tinha deixado debaixo dela um fogo. Então o padre segurou o membro que o fez ser padre e não freira e, encostando-se a ela, com doce e persuasiva voz, pediu-lhe que fizesse o favor de lhe acender aquela vela.

LEONARDO DA VINCI- Facécias


publicado por henrique doria às 23:05
link do post | comentar | ver comentários (13) | favorito

Sábado, 16 de Abril de 2005
A CASA DA MÚSICA
A CASA DA MÚSICA é uma das obras a que não podemos ficar indiferentes por muitas e variadas razões.Eu que vivo mesmo a seu lado, muito menos. Via-a nascer, vi-a crescer, comi-lhe o pó. Agora ela aí está, o diamante por polir.
Não fui dos que apoiou a sua construção.O Porto é demasaido pequeno e medíocre para tão grandiosa obra. Não tem público para as suas casas de espectáculos: as suas salas de concertos ou teatro, a sua sala de ópera ( o Coliseu), os seus cinemas, estão frequentemente quase vazios. Salas excelentes como o Batalha, o Águia de Ouro e o Sá da Bandeira estão votados ao abandono. O Carlos Alberto está em morte lenta. Não havendo público para esses espaços, porquê construir mais um, quando o que se fará na CASA DA MÚSICA poderia fazer-se nesses espaços, que chegam e sobram para o puco e medíodre público que tem o Porto?
Como é que este país com tantas carências básicas, com uma pobreza que nos envergonha e revolta, se podia dar ao luxo de ter uma CASA DA MÚSICA, como se deu ao luxo de ter um Centro Cultural de Belém?
Mas tudo isso são interrogações do passado, porque ela aí está. E o que temos de reflectir é o seu presente e o seu futuro.
Quanto ao presente, a mediocridade risível de quem dirige A CASA DA MÚSICA presenteou-nos com uma abertura vergonhosa. Sorte a abertura só acontecer uma vez.
Quanto ao futuro, esperamos que seja URGENTEMENTE colocado à frente da CASA DA MÚSICA quem sabe o que é a música e a cultura, e foi afastado do projecto pelos comissários políticos em que o carreirismo e a ignorância se misturam, para que a programação futura não volte a causar-nos vergonha.
Felizmente que a CASA DA MÚSICA é uma belíssima obra arquitectónica que dá ao Porto um sinal de diferença, e poderá ser, para além da música, um motivo de peregrinação.
Por isso, agora que aí está, todo o país só poderá acarinhá-la, dar-lhe tudo o que merece, porque o que merece é muito, porque tem muito de todos nós.



publicado por henrique doria às 00:34
link do post | comentar | ver comentários (8) | favorito

Quarta-feira, 6 de Abril de 2005
ALAIN BOSQUET-O Tormento de Deus
Quem me partiu foi o meu espelho
Disse-me o céu:
«Não me creias, eu jamais sou azul.»
Uma ilha bebeu o meu oceano
A minha pele é já o meu sudário.
Fui em socorro da estrela
tombada no jardim.
Tenho três caranguejos
na minha cabeça.
O meu poema resmunga
por ter um corpo.
Devolvi para a música
alguns restos da minha memória.
Ó minha única volúpia:
Deus é o obstáculo que erijo
entre mim mesmo e eu,
para não ter de compreender-me.


publicado por henrique doria às 23:17
link do post | comentar | ver comentários (7) | favorito

Segunda-feira, 4 de Abril de 2005
...
resurrection_chagall.jpgMARC CHAGALL - Ressurreição


publicado por henrique doria às 00:13
link do post | comentar | ver comentários (4) | favorito

Domingo, 3 de Abril de 2005
A MORTE DE UM PAPA DE TRANSIÇÃO
A morte de João Paulo II mostrou a importância que a Igreja Católica tem no mundo de hoje. De todos os quadrantes políticos e religiosos vieram demonstrações de pesar pela morte do Papa Woityla. Estamos em crer que se tratou de um papa de transição, porque se, por um lado, apoiou os movimentos sociais em favor do fim da miséria e do sofrimento no mundo, o maior pecado que nele existe, por outro lado foi um papa conservador quer no que toca às questões dogmáticas da Igreja, quer no que toca a uma certa condescendência perante os poderes que dominam a terra, em particular o poder do dinheiro.
O essencial que resulta do pontificado de João Paulo II é a sua defesa intransigente de uma Igreja de dogmas.
Se virmos bem, a história da Igreja Católica é uma história de controvérsias, e a primeira delas é o dogma da ressurreição de Cristo.
Aquele que é, cronologicamente, o primeiro dos evangelhos, o de Marcos, tem sobre isso uma frase que nada autoriza à crença na ressurreição de Cristo. Na versão latina do evangelho ( pois o original foi escrito em grego), certamente do conhecimento de Marcos e por ele autorizada, está escrito: “Ressurrexit non est hic.”, palavras que o anjo do Senhor terá dito às três mulheres que foram visitar o túmulo de Cristo, levando perfumes para o embalsamarem.
Como é sabido, o latim não usava vírgulas, e a colocação da vírgula resulta das traduções. Ora o lugar da vírgula nas traduções faz toda a diferença, e tornou-se o fundamento de um dogma. Os que acreditavam na ressurreição, colocavam a vírgula depois da palavra ressuscitou. E então a frase latina teria a seguinte tradução: “Ressuscitou, não está aqui.” Outros, que não aceitavam esse dogma, traduziram: “Não ressuscitou, está aqui”, colocando a vírgula depois do “non”.
Se analisarmos sem a luz da fé o evangelho de Marcos, muito dificilmente retiramos dele o dogma da ressurreição.
As três mulheres que foram visitar o túmulo pertenciam ao círculo restrito de Cristo. Uma delas era Maria Madalena, companheira de Cristo, como os apóstolos. Outra, Maria, mãe de Tiago apóstolo, e uma terceira, que no evangelho de Marcos é identificada como Salomé, em Lucas como Joana, sendo que em Mateus só são mencionadas as duas primeiras, e em João só é mesmo mencionada a primeira, Maria Madalena.
Que iam elas fazer ao túmulo de Cristo? Embalsamar o seu corpo.
Ora se iam embalsamar o seu corpo era porque não acreditavam na sua ressurreição ao terceiro dia, como afirma o dogma, ou que ela lhes não tinha sido anunciada por Cristo, o que é estranho quando se trata do círculo mais restrito de mulheres que acompanhavam Cristo, como se retira dos evangelhos.
Mais: o evangelho autêntico de Marcos terminava em 16.7, sendo o evangelho de 16.8 a 16.20, tal como hoje surge nas bíblias cristãs, um acrescento posterior à morte de Marcos.
Este é o primeiro dos grandes dogmas em que assenta a fé católica.
E este dogma limita claramente a influência da Igreja no mundo. Pensamos que o Cristianismo, como doutrina da salvação através do amor, como doutrina dos humildes (e usamos aqui a palavra humilde no seu sentido mais largo), dos pobres e dos excluídos, não necessita desse dogma para existir e se afirmar como religião católica, isto é, universal.
Uma outra limitação da sua influência é a aliança com o poder temporal. Cristo repudia expressamente essa aliança em vários passos dos evangelhos. E, historicamente, ela só surge depois do imperador Constantino. Antes de Constantino, a Igreja era, essencialmente, uma Igreja dos humildes, dos pobres e excluídos do Império Romano. Depois de Constantino passou a ser uma Igreja do poder temporal, e os papas passaram a ser, antes de tudo, senhores temporais.
O maior exemplo destes papas-reis é o famoso papa Inocêncio III, de seu nome Lotário Conti, que foi papa aos 38 anos porque era o membro mais inteligente e ambicioso de uma poderosa família de senhores feudais, que foi escolhido como papa em Janeiro de 1198 sem sequer ter ordens religiosas, foi ordenado no dia 21 de Fevereiro, para poder ser consagrado como papa no dia seguinte.
Podemos afirmar que o longo período dos papas senhores temporais vai do tempo do imperador Constantino ao papa Pio XII, o papa colaboracionista com o fascismo e o nazismo.
Depois de Pio XII veio a grande viragem no pontificado romano com João XXIII, em que a Igreja Católica se começou a voltar para os humildes, e, depois, com João Paulo I que afirmou claramente a vocação franciscana da Igreja.
Com João Paulo II há um recuo na afirmação dessa vocação franciscana da Igreja, uma aproximação aos poderosos do mundo, aproximação essa que não estava isenta de alguma crítica (como se viu no caso do Iraque) e de alguma preocupação com os humildes e os que sofrem.
Estamos em crer que a Igreja Católica irá, cada vez mais, acentuar a sua vocação franciscana, que é a mais autêntica interpretação da doutrina de Cristo, que sempre afirmou que o seu reino seria espiritual e não material, seria dos humildes e não dos poderosos. Que pregava por parábolas, mas não ensinava dogmas. O que constitui o regresso do cristianismo às suas origens.
Nesse sentido, João Paulo II foi um papa de transição. Sem deixar de ser um grande papa.


publicado por henrique doria às 23:14
link do post | comentar | ver comentários (4) | favorito

mais sobre mim
pesquisar
 
Junho 2019
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
14
15

16
17
18
19
20
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30


posts recentes

FRAGMENTO

VÊS-TE ELEITO ENTRE AS ES...

FRAGMENTO

VASOS

FRAGMENTO

O FUTURO DEVOROU O PASSAD...

FALO DAS COISAS SÉRIAS DA...

FRAGMENTO CONTRA CIORAN

UMA ESTRELA NA BOCA

FRAGMENTO

arquivos

Junho 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Maio 2018

Fevereiro 2018

Dezembro 2017

Outubro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Outubro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Abril 2013

Março 2013

Dezembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Setembro 2005

Agosto 2005

Julho 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Dezembro 2004

Novembro 2004

Outubro 2004

Setembro 2004

Agosto 2004

Julho 2004

Junho 2004

Maio 2004

Abril 2004

Março 2004

blogs SAPO
subscrever feeds