blog filosófico, cultural e político
Segunda-feira, 18 de Julho de 2005
DE KABUL A LONDRES
Sou dos que pensam, com Samuel Huntington, que o conflito actualmente em curso entre uma parte do chamado mundo ocidental e uma parte do chamado mundo islâmico, é um conflito de civilizações. Ou, melhor, um conflito entre os fundamentalistas das duas civilizações:Bush e os seus aliados, por um lado; ben Laden e os seus aliados, por outro.
Depois de Maomé, esse conflito tem sido permanente, com a predominância primeiro do mundo islâmico, pelo menos até 1453, ano da tomada de Constantinopla pelos turcos e, depois, com a predominância do chamado mundo ocidental e cristão, a partir de 1571, ano em que uma frota aliada, constituída essencialmente por navios espanhóis e venezianos, comandada por D. João de Áustria, destruiu a marinha turca no golfo de Lepanto.
De 1571 até hoje, o refluxo do mundo islâmico não tem cessado.
O mundo islâmico percebe que o país mais rico da sua civilização, aquele em que se encontra a sua principal cidade santa, a Arábia Saudita, não passa de um fantoche da América. Que o islamismo está a ser humilhado na Palestina, no Afeganistão, no Iraque. E essa humilhação é a justificação da existência dos fundamentalistas islâmicos e dos seus crimes.
Bush prometeu um mundo mais seguro com a invasão do Iraque. Mas o que ele conseguiu foi não só um mundo muito mais inseguro e atemorizado, mas um segundo Vietname, em que a América se irá atolar enquanto não compreender que não pode utilizar a economia iraquiana como uma coutada, e colocar à frente do Iraque fantoches idênticos aos que colocou no Afeganistão.
Enquanto a América e os seus aliados não perceberem isso, muitos inocentes irão morrer às mãos dos criminosos fundamentalistas do Islão, de Kabul a Londres.
Domingo, 17 de Julho de 2005
IBN AL-ARABI, de Múrcia
" O meu coração abriu-se de todas as formas: é uma pastagem para gazelas, um claustro para monges cristãos, um templo de ídolos, a Caaba do peregrino, a tábuas da Tora e do Alcorão. Pratico a religião do amor; qualquer que seja a direcção em que as caravanas avancem, a religião do amor será sempre o meu credo e a minha fé."
Domingo, 3 de Julho de 2005
RUMI - Divan-i-Shams
Vazia é a vida sem Amor
O Amor é a Água da Vida
Bebe-a até ao fim com o coração e a alma.