Chamar palhaço a Alberto João Jardim é já uma ofensa para os palhaços, porque a criatura não nos consegue fazer rir. Chamar-lhe inimputável não é verdade porque ele sabe muito bem o que faz. O único adjetivo que, neste momento, se lhe deve aplicar é o de perigoso. Como qualquer pistoleiro do far-west o tipo é perigoso porque compulsivamente fora da lei. Com uma particularidade: não há xerife capaz de lhe impor a lei e a ordem. Não o foi Cavaco, aliás seu cúmplice. Não o foi Guterres que o perdoou. Não o foram Barroso e Santana, seus ajudantes na impunidade. Nem o foi Sócrates, o leão, que lhe teve medo.
Assim os cubanos do continente foram pagando o JORNAL DA MADEIRA, os campos e jogadores de futebol do MARÍTIMO, do NACIONAL e do UNIÃO, as bebedeiras do carnaval e o foguetório do fim de ano, os heliportos onde nada pousa, as marinas e as tetinas e o leite que Jardim dá para a monstruosa corrupção por lá grassa, sem falar no off-shore a que ninguém quer pôr termo, etc, etc, etc....
E agora Coelho, forçado a distanciar-se da criatura, tem a criatura ao colo, mais pesado que o foi o Menino Jesus aos ombros de S. Cristóvão.
Como é por demais evidente, a Madeira vai manter, senão reforçar o apoio à criatura nestas eleições.
E não se pense que é por subdesenvolvimento intelectual e moral dos seus habitantes, que também existe. O povinho madeirense não pode deixar de raciocinar: falidos como estamos, tirar de lá o gajo é muito pior, porque ninguém tem a lata que ele tem, e ninguém causa aos cubanos do continente o medo que ele causa. Além disso, no continente está a sua família. E como não é possível exterminá-lo, como fazem as famílias italianas, a família vai ter de o proteger.
E assim será.
Mas atenção: é aqui que Coelho começa a cavar a sua cova, como o tempo o irá provar.
Estou no centro dos oito caminhos que se encontram num canto perdido da floresta. Percorro-os a todos apenas em possibilidade. Poderia embrenhar-me em apenas um, mas pertenço a todos eles porque não me embrenharei em nenhum.
Neles me vejo apenas para além dos montes, lá onde os caminhos se perdem de qualquer olhar.
Os alemães na sua arrogância, e Merkl e o seu factotum Sarkozy na sua estupidez, ainda não perceberam que, se não existe integração financeira na União Europeia, existe integração económica.
E que o desempenho das suas economias, em particular da alemã, está dependente das economias do sul da Europa.
Ainda não perceberam que o seu excedente comercial é o défice comercial do sul da Europa. E que se a Grécia, Portugal, Espanha e Itália estiverem mal, a Alemanha ( e a França) deixa, de exportar para cá automóveis, televisões, frigoríficos, máquinas de lavar, etc.
E, consequência disso, a sua economia entra também em recessão.
Os arrogantes alemães e os estúpidos Merkl e Sarkozy ainda não perceberam que injetar eurobonds no sul da Europa é financiar as suas próprias economias.
Ó Mãe do primeiro refúgio
Acorda-me do pesadelo
Salva-me que estou no ventre
Da baleia
E o mar começa
A tornar-se
O derradeiro refúgio.
Aviso desde já que é Verdade tudo o que vou escrever. Mas escrevo-o, mesmo assim.
Nunca fui um homem corajoso. Mas agora, só ao recordar-me do que aconteceu à minha volta, as minhas pernas tremem e recuam diante da Verdade.
Ontem, ao passarem por mim, a pele de todas as pessoas transformava-se em escamas de crocodilo. Que causa fosse a daquela incrível metamorfose, porque era ainda ontem, não a sabia. Mas sei agora bem o que depois soube.
Aterrado, com as ruas a crescerem de sáurios, gritei para o primeiro polícia que encontrei:
-Lancem sobre eles malhas de aço, como faziam na arena os rediários aos seus inimigos!
-Atirem-lhes anidrido carbónico para os sufocarem!
-Arranquem-lhes as patas, antes que nos rasguem o corpo com as suas garras!
O polícia olhou para mim e sorriu com pena e com desdém- era só mais um louco.
Mas era eu quem estava dentro da Verdade, como o sábio andrajoso dentro do tonel. E alguém tinha de agir, mesmo que de todo o lado só chovesse despreso.