A improbabilidade e o erro
Fizeram o homem que eu sou.
Estes olhos fronteiras
Entre a coragem e o medo
Guiam o meu corpo incerto
Incapaz de se conter dentro
De uma só pele.
Decepar as mãos que querem
Tocar o mundo
Suspendê-las em fios de bronze
Numa oliveira dissecada
Poderia ser o modo de cortar
Os sonhos
E o desejo.
Mas o acaso fez o meu sangue
A partir da argila e do fogo
Que criaram em mim a terra
Do desejo
E o céu
Do sonho
Que não podem ser cortados
A não ser que a derradeira neve
Os torne
Em sangue coalhado
HENRIQUE DÓRIA
De Graça Pires a 3 de Junho de 2018 às 11:08
Não corte as mãos que querem tocar o mundo, já que tem olhos fronteiras entre a coragem e o medo e tem no sangue o fogo e a argila dos sonhos e dos desejos…
Tão belo, o seu poema!
Gosto que tenha voltado aqui…
Um beijo.
De Anónimo a 29 de Julho de 2018 às 12:19
que nunca te cortem as mãos nem o pensamento que escrevem e inspiram tão intensos e belos pensamentos. Um bjinho grande e uma flor desta tua amiga tão ausente e com saudades se sente.
Amita
Querida amiga
Alegria em ver-te por aqui. Há muito que não nos encontramos. Temos de por a conversa em dia. Vai ao meu mural no facebook, henrique doria e deixa uma mensagem para contactarmos.
Beijos
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